COZINHA, GÊNERO E INCLUSÃO: O PAPEL DA INCLUSÃO DE GÊNERO NA GASTRONOMIA

Alexandre da Silva Martins

Resumo

A partir da perspectiva sociocultural, o artigo teve como objetivo trazer a discussão da cultura arraigada de nossa sociedade contemporânea nos afazeres domésticos e profissionais, focados, neste momento na questão do ambiente da cozinha, seja ela doméstica ou profissional. Em termos metodológicos, buscou-se a prática exclusivamente dissertativa e explanatória, baseando-se em literatura tanto histórica quanto educacional e contemporânea. Ainda, pouco se encontra sobre o assunto. Raríssimas publicações remetem ao termo transgênero ou profissionalização de qualquer modo. Ainda em pleno século XXI nos deparamos com frases e pré-conceitos de antanho, que nos rotulam desde a mais ignóbil idade. Há um fator social classista no âmbito culinário e gastronômico, onde temos grandes figuras masculinas aclamados profissionalmente como grandes chefs e, no entanto, não há muito referencial doméstico de cozinheiros homens. Do mesmo modo, o oposto acontece. Lembramos de nossas “comidas de tia, avó”, porem nos faltam referenciais profissionais de figuras femininas. Pesquisando ferramentas disponíveis na rede on-line (Scielo), foi encontrada uma lacuna, em termos de formação profissional de disforias de gênero e, ainda, literaturas psicossociais que aprofundem a questão. Sendo um tema ainda pouco explorado no contexto brasileiro e que tem sua relevância justificada pelo momento histórico-cultural ao qual as pessoas se incomodam com o problema, tirando-o do patamar de normalidade, essa temática assume para si um conceito próprio e passa a ser vista não mais como algo não normal, mas como um problema social que produz exclusão, sofrimento e interfere na qualidade de vida das pessoas.